Existem fortes evidências de que a manutenção de um estilo de vida activo promove importantes benefícios, tanto a nível físico como psicológico, no entanto, com o aumento do sedentarismo, associado ao recurso crescente de tecnologias no quotidiano, estão a causar elevados níveis de inactividade entre a população de todas as idades.
A Organização Mundial de Saúde – OMS – reconhece a importância da actividade física na saúde física, mental e social, na capacidade funcional e no bem-estar de indivíduos e comunidades, sendo apontada a necessidade de criar políticas e programas que tenham em conta as necessidades e possibilidades da população para a integração da actividade física no seu dia-a-dia, incluindo todas as faixas etárias, mulheres, idosos, trabalhadores activos e portadores de deficiência, de todos os sectores sociais, especialmente quando integrados em escolas e comunidades.
Entender os factores individuais, culturais e sociais que facilitam ou inibem o estilo de vida activa na nossa população, irá contribuir com informação necessária para o desenvolvimento de várias intervenções; este é o ponto comum que une 8 países diferentes na procura de respostas para promover e providenciar estilos de vida saudáveis.
No Ano Europeu da Cidadania Activa, unindo experiências, conhecimentos e realidades dos diferentes parceiros, o diálogo intercultural será o motor do projecto “Again, Heyday of Health”: a importância do binómio educação física e saúde conduz à necessidade de melhor informar e educar o nosso público sobre a prática regular de uma actividade como um factor envolvido na promoção de saúde e prevenção da doença, instigando valores importantes como trabalho em equipa, solidariedade e tolerância, contribuindo, igualmente, para o desenvolvimento e realização pessoal e para uma cidadania activa.
Existem fortes evidências de que a manutenção de um estilo de vida ativo proporciona importantes benefícios físicos e de saúde mental: o sedentarismo, é o responsável por 10% das mortes na Europa e 1,9 milhão de mortes em todo o mundo. Este fato, é considerado a epidemia do século 21, as alterações sociais dos últimos 40-50 anos foram também determinante , com o surgimento de uma série de recursos que facilitam a vida diária, aumentando o nosso tempo de lazer, mas também favorecendo fortemente o comportamento sedentário e menos disposição e energia.
A nossa sociedade, pela sua organização, leva ao aumento dos níveis de sedentarismo, como a maioria dos ambientes são muitas vezes " tóxicos ", apoiando-se em elevadores, escadas rolantes e transporte passivo. Além disso, a nossa atividade profissional tende a cada vez mais sedentária e, assim como noutros países, os portugueses poupam em esforço físico, potenciado pelas facilidades tecnológicas, pelo uso de equipamentos para a execução das tarefas mais difícil, o aumento do uso da televisão como forma dominante de lazer e o recurso ao automóvel para deslocações . Nós estamos criando ambientes familiares inactivos para crianças.
A Universidade dos Tempos Livres é uma instituição dedicada à aprendizagem ao longo da vida, preocupando-se com o bem-estar da população, desenvolvendo um trabalho de proximidade com outras instituições locais, na procura da melhoria pessoal, social e profissional dos seus utentes. Adaptando-se a novas direcções de progresso e utilizando o uso de politicas de proximidade, cada ano, novos cursos são propostos, num balanço entre os interesses e as necessidade da população.
De facto, preocupando-se especialmente com a população em processo de envelhecimento (resultado do aumento da esperança de vida e a falta de alternativas para esta população), tentamos promover e estimular a necessidade de manter uma vida activa – a nível físico, psicológico e cognitivo. Com esta medida, conseguimos obter uma vasta participação; no entanto, uma discrepância é visível neste contexto, observando-se uma forte prevalência de mulheres sobre os homens, representando, estes últimos, 20% da nossa população de aprendentes. Este facto, unindo à tendência natural para o sedentarismo no processo de envelhecimento é uma preocupação, desde já, assumida.Em 1997, entre os 15 países que compunham a União Europeia, a população portuguesa apresentava a mais elevada prevalência em comportamento sedentário (87,8%).
Baseado neste estudo, foi publicada que a participação em qualquer forma de actividade física diminuía, significativamente, o aumento do IMC (Índice de Massa Corporal).Consequentemente, um estudo recente conduzido em Portugal acerca da incidência de obesidade, coordenado pela Dra. Isabel do Carmo, revelou que mais de metade da população apresenta sobrepeso, onde 14,2% destes casos são de obesidade.
Está bem documentado que estar informado acerca de comportamento saudável ajuda a adoptar bons hábitos, no entanto, cerca de 85% dos portugueses afirmam pouco saber acerca de alimentação saudável.O nosso papel, neste contexto, é contrariar esta actual tendência para o sedentarismo melhorando a qualidade de vida dos cidadãos. Apesar da resposta parecer fácil, sabemos que a mudança comportamental não é simples; neste importante assunto, o nosso projecto será inovador e motivante, contribuindo com informação face ao desenvolvimento de intervenções multidisciplinares e interculturais, um papel vital na construção de ambientes saudáveis.
No nosso ponto de vista, os parceiros têm o dever público, como instituições de educação num nível Europeu – em termos de cooperação e trabalho em rede – de ser base de treino e de educação de adultos, assumindo, como principal actividade, a “construção da Europa”.Com este objectivo, todas as instituições participantes em “Again, Heyday of Health”, propõem, nos próximos anos, a construção de uma forte rede de cooperação na Europa, adquirindo um bom relacionamento no contexto da educação de adultos.